domingo, outubro 17, 2004

VERSOS ROUBADOS

VERSOS ROUBADOS (I) – SEM ESSA DE AMOR

Provisoriamente não cantaremos o amor,
Essa palavra de luxo
Estou farto do lirismo namorador.

Enquanto os homens correm atrás de mulheres,
Uma mosca pousa na sopa,
A noite banha sua roupa,
Facas faíscam. Não são apenas talheres!
Um sedutor tomba morto
...triste, torto...

Saudade... amor... cantigas de ninar.
Não quero ouvir essa interior balada.
Dê-me apenas licença pra chorar
- Mais nada.

Rasga estes versos que eu te fiz, amor!
Deita-os ao nada, ao pó, ao esquecimento.
Talvez, quem sabe, lhe dissipe a dor,
Mas eu a viverei em cada vão momento.



VERSOS ROUBADOS (II) - A LUA DOS POETAS

A Lua (dizem os ingleses)
É azul de quando em quando.
Cheia, serena, pura,
Como uma hóstia de luz erguida no horizonte,
Eriçada de luxúria,
Deserta e incerta...
inconstante Lua
Que mensalmente troca suas fases.
Do local de onde ela paira,
Uma maravilha e um sinal para os mortais.
a lua,
Crepúsculo na noite... é triste ver,
pálida... tão triste,
tão branca, na rua
Tenho fases, como a lua,
minha branca e pequenina lua.
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!

Nenhum comentário: